sexta-feira, 8 de setembro de 2017

amável e paciente professor

jesus,

hoje a visão que eu tive de ti foi a de um professor que ensina em uma praça.

o aluno falha, o professor tem paciência e ensina de novo.

falha de novo, ensina de novo pacientemente.

mas avisa pacientemente que se não quisermos aprender nossa salvação está por um fio como aquela do livro "as crônicas de nárnia" da história "o cavalo e seu menino" que transcrevo, mas antes explico aos leitores:

aslam representa jesus no livro e rabadash é príncipe da calormânia que quis tomar nárnia e arquelândia para se casar com suzana, rainha de nárnia com seus irmãos pedro, edmundo e lúcia.

vejo nesta citação a vossa misericórdia.

"E logo Cor pôs-se a imaginar por que todos tinham se levantado e ficado muito quietos.

Também fez o mesmo, mas só depois entendeu o motivo: Aslam estava entre eles, embora ninguém tivesse percebido a sua chegada.

Rabadash estremeceu quando o vasto vulto do Leão desfilou entre ele e seus acusadores.

E o Leão falou: – Rabadash, cuidado! Seu destino anda próximo, mas talvez ainda possa evitá-lo. Esqueça o seu orgulho (do que você pode orgulhar-se?) e a sua ira (quem lhe fez mal?) e aceite a compaixão destes bondosos reis.

Rabadash então revirou os olhos e espichou a boca numa horrível careta, como um tubarão, e abanou as orelhas para cima e para baixo (não é difícil aprender a fazê-lo). Sempre achara isso muito eficiente entre os calormanos. Os mais bravos tremiam quando ele fazia essas caras; os mais simples caíam no chão; e os mais sensíveis geralmente desmaiavam. Rabadash só esquecera uma coisa: muito fácil é apavorar quem se pode mandar cozinhar vivo com uma palavra. Na Arquelândia, porém, as caretas não produziam o menor efeito.

Lúcia chegou até a pensar que ele estava passando mal e ia ficar pior. – Diabo! Diabo! Diabo! – guinchava o príncipe. – Sei quem você é. Você é o espírito mau de Nárnia. O inimigo dos deuses. Sabe com quem está falando? Sabe, fantasma? Descendo de Tash, o inexorável, o irresistível. Caia sobre você a maldição de Tash! Raios em forma de escorpião chovam sobre você. As montanhas de Nárnia serão reduzidas a cinzas. O…

Calma, Rabadash – disse Aslam, com placidez. – O destino está próximo. Está à porta. Já levantou o trinco.

- Caiam os céus! – guinchou Rabadash.
Escancare-se a terra! Sangue e fogo entupam o mundo! Pois fiquem sabendo que nem assim descansarei, até arrastar para o meu palácio, pelos cabelos, essa rainha bárbara, filha de cachorros, a… –

Chegou a hora – disse Aslam. Para seu horror supremo, Rabadash viu que todos estavam às gargalhadas.

Não era possível fazer outra coisa, a não ser dar risadas. Rabadash estivera abanando as orelhas o tempo todo, e, assim que Aslam disse “Chegou a hora!”, suas orelhas começaram a ficar mais compridas e mais pontudas e acabaram cobertas de pelo cinzento.

e, enquanto todos se indagavam onde já tinham visto orelhas como aquelas, também a cara de Rabadash começou a mudar. Mais comprida… mais larga… mais olhuda… Nariz afundado na cara (ou era uma cara se inchando toda e virando um narigão?). Tudo peludo. Os braços foram ficando compridos, compridos, até que as mãos tocaram no chão. Só que não eram mãos: eram cascos. Quatro cascos. Sumiram as roupas, debaixo de gargalhadas e de aplausos (que fazer?), pois agora Rabadash era simplesmente, inequivocamente, um burro. O terrível é que a sua fala humana durou um momento além da figura humana, e, assim, quando percebeu a transformação, berrou: – Ó, burro não! Piedade! Burro não! Até cavalo serve… cavalo ainda aceito… Burro não! rem… rê… rô… ri… rá… E assim as palavras se perderam num vasto zurro de burro."

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